sábado, 15 de outubro de 2016

" MÃE... PAI... NÃO FICO BEM VENDO VOCÊS SOFRENDO POR MIM. "

  "... foi tudo tão rápido. Sem me dar conta do ocorrido, me sentia levado pela velocidade do carro possante. Quando quis parar... era tarde demais. Já não era mais brincadeira. Ouvi choro e muitas vozes que falavam ao mesmo tempo, me deixando atordoado, sem entender o que estava acontecendo. Socorrido... apaguei... me deixando conduzir... O tempo passou em semanas e hoje... nesta sintonia que me abre caminho ... quero dizer que estou em tratamento num grande hospital ... onde tem muita gente cuidando de mim ... mas, a dor que mais me dói é ver vocês sofrendo por mim. Me perdoem... Me perdoem ... " ( Palavras de Gabriel Santana Darelli Cintra ).
 
   Não há como medir o tamanho de uma dor.
   Mede-se a pressão arterial.
   Mede-se a temperatura do corpo ( febre ).
   Mede-se a glicemia dos diabéticos.
   Mas, a dor não tem como medir.
   Branda ou intensa, pequena ou grande, dor é sempre dor.
   Na classificação feita pelos que passaram por grandes dores, ressalta-se a de perder um filho, como sendo a mais dolorosa de todas.
   Por isso, chorar faz bem, porque alivia a alma, amenizando a tensão emocional. É preciso dar um tempo a esta tristeza que estraçalha o coração de um pai e de uma mãe. Só que este tempo tem a tendência de querer ficar para sempre instalado na grande dor. E é aí que se precisa buscar na fé a força inaudita, para se desvencilhar da triteza e seguir em frente.
   O filho, não foi perdido. Ele apenas não pôde ficar mais tempo no mesmo mundo que os seus pais ainda estão. Ele passou em um grande concurso, e não podia perder a vaga que alcançou, no momento certo. E esta vaga é no plano espiritual, onde tudo começa e para onde tudo volta. A existência terrena é momentânea, é passageira, e alguém sempre tem que voltar na frente de outros que precisam ficar um pouco mais. Na programação divina, tudo tem o momento certo de acontecer, e o projeto existencial de cada um sempre obedece ao Comando Superior.
  Se quem parte primeiro, encontra no mundo espiritual os que podem lhe dar um suporte, por ser um recém-chegado, ele precisa e muito, dos que ficaram na terra, de onde ele partiu, para deles também receber o apoio de uma prece, de uma missa, das boas lembranças e de tudo que a saudade sabe registrar muito bem. E após o tempo necessário para chorar, aí já não vale mais, como ajuda a quem se foi, viver mergulhado em tristeza. A tristeza, fora do tempo, é fumaça que sufoca. Recordar algém, com tristeza e amargura é causar-lhe depressão que não tem fim.
   Aos poucos, todos podem transformar saudades em gestos fraternos que socorrem a quem tanto necessita, no caminho por onde se vai. Recordar momentos bons e sorrir com eles.  Saber que o ente querido, está sempre perto de seu coração. Que se sente embalado por ele.  Que seu pensamento pode lhe fazer cafuné, e construindo esperanças, juntos , não terão mais motivo para chorar.
  Ser muito amigo de Deus... porque só ELE pode cuidar de seu filho, onde você não pode mais.
 
  Em prece,  envio ao Gabriel, as melhores vibrações de paz, de compreensão e de fé. Que ele aceite o tratamento espiritual oferecido pela equipe " Anjos do Asfalto ", na Colônia Regeneração, próxima a Goiânia. Que ele não se assuste com a visita que espíritos familiares e amigos vão lhe fazer. Não tenha medo. Você já é um deles. E a vida continua naturalmente...
 Que Deus abençoe e conforte a toda família terrena!

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