domingo, 4 de dezembro de 2016

NATAL


                        Irene S. Pinto

       Natal! Grande bolo à mesa,
       A árvore linda em festa,
       O brilho da noite empresta
       Regozijo ao coração...
       É como se a Natureza
       Trouxesse Belém de novo
       Para os júbilos do povo
       Em doce fulguração.

      Tudo é bênção que se enflora,
      De envolta na melodia
      Da luminosa alegria
      Que te beija e segue além...
      Mas se reparas, lá fora,
      O quadro que tumultua,
      Verás quem passa na rua
      Sem ânimo e sem ninguém.

      Contemplarás pequeninos
      De faces agoniadas,
      Pobres mães desesperadas,
      Doentes em chaga e dor...
      E, ajudando aos peregrinos
      Da esperança quase morta,
      Talvez enxergues à porta
      O Mestre pedindo amor.

     É sim!... É Jesus que volta
     Entre os pedestres sem nome,
     Dando pão a quem tem fome,
     Luz às trevas, roupa aos nus!
     Anjo dos Céus sem escolta,
    Embora a expressão serena,
    Tem nas mãos com que te acena
    Os tristes sinais da cruz.

    Natal! Reparte o carinho
    Que te envolve a noite santa.
    Veste, alimenta e levanta
    O companheiro a chorar.
    E, na glória do caminho
    Dos teus gestos redentores,
    Recorda por onde fores
    Que o Cristo nasceu sem lar.

( Médium: Francisco Cândido Xavier, do Livro Antologia Mediúnica do Natal )

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