quinta-feira, 7 de julho de 2016

SAUDADES FICAM PARA SEMPRE...

     Jocely Martins da Silva... uma tia muito querida.
     Cinco anos de saudades. Cinco anos sem a sua presença entre nós.
     Era uma dos oito irmãos de minha mãe Maria, e foi a primeira a partir para o mundo espiritual.
     Deixou viúvo o tio Francisco, quatro filhos, noras, genro, netos e bisnetos, família e amigos, que lhe recordam sempre com muito carinho.
     Recordo-me do meu tempo de infância. Infância feliz. Férias na fazenda. Fazenda onde morava os avós Celina e Joaquim e fazenda da tia Jocely e tio Francisco, que não me lembro se era a mesma Fazenda Medéia, município de Ituiutaba, MG, ou se eram fazendas diferentes.
    Os dias  que juntamente  com os primos, passávamos na casa da tia Jocely eram muito bons.
    A lavoura de arroz, que vinha quase na porta da casa, servia de cenário para nossas brincadeiras de esconde-esconde, e ao anoitecer, trazia aquele cheiro agradável do arrozeiral como a despedir o dia.
    Minha tia fazia doce de goiaba, em grande quantidade, tudo manual, mobilizava a todos que estavam na casa, a tirar a casca e o miolo da goiaba, jogando numa grande bacia que era colocada no meio, com cadeiras em volta, onde nos sentávamos para realizar a tarefa da noite, que era de acordo com o tanto de goiaba colhida no dia.  Clareados por lampião ou lamparina, porque não tinha energia elétrica, a gente cantava, conversava, ria e quando nos calávamos, alguém cochilava, chegando até cair dentro da bacia já quase cheia de miolos de goiaba. Aí era o auge da gargalhada, espantando de vez o sono de todos.
    Nas noites que não tinham tarefas, a gente dançava ao som de uma radiola de corda, trocando os pares, colocando um lenço ou chapéu para formar o novo par. Por muita corda que se desse, o disco de vinil, começava acelerado e terminava em ritmo lento, quase parando. E tudo era motivo de alegria e festa para nós, a criançada.
    Não tínhamos noção se causávamos incômodos, transtornos ou preocupações.
    O que ficou como lembrança, foi a forma generosa com que éramos tratados pelos tios, e que era tão bom.. tão bom...Da fazenda, eles se mudaram para Conceição do Araguaia. Foi outro período bom. Diversão no Rio Araguaia, com boas recordações para todos.
     Depois, tudo mudou. Crescemos.
     Tia Jocely e tio Francisco se mudaram para Quirinópolis. Ele foi trabalhar num Posto de Gasolina e tia Jocely foi trabalhar como Merendeira, numa Escola da cidade, onde os alunos devem ter se deliciado com os lanches feitos por ela, que cozinhava muito bem.
    Minha tia tinha a voz meiga, agradável, confortadora. A gente se sentia bem só de estar perto dela.
    Mas... ela adoeceu. Começou um tratamento médico que recomendava cirurgia. Depois de adiada várias vezes, a cirurgia aconteceu. Mas ela não saiu viva do Centro Cirúrgico.
    Por ter morrido durante a cirurgia, esta foi finalizada de forma diferente do que seria , caso ela sobrevivesse. E este procedimento, ocasionou-lhe situação difícil pós - morte, em que ela sentia no perispírito os reflexos do ocorrido com o corpo somático.
    Graças a proteção espiritual, que lhe acompanhava, o tratamento prosseguiu no mundo espiritual,e as preces, missas, pensamentos de força e fé, sempre pedindo a Deus que lhe desse um bom lugar, tudo foi se acomodando e ela foi se recuperando e se adaptando à nova vida.
   
    Hoje, cinco anos depois, no caminho da saudade podemos nos encontrar.
    Sua presença espiritual perfuma a lembrança de cada um dos que lhe querem bem. E em cada lembrança, um abraço, um muito obrigado, um siga em paz.
    Recolho algumas palavras suas, neste momento de sintonia e transmito a todos que não podem ouvir sua voz, o que a senhora me diz: " - As saudades de vocês são minhas também. Tudo que faço aqui, é pensando em vocês que deixei aí. Tenho recorrido a tudo que posso em favor do Francisco, e peço a Nossa Senhora Aparecida que cuide dele sempre. Abraço com todo meu carinho aos filhos queridos que Deus nos deu e que sejam unidos na força do Amor que tudo supera.Já não posso mais pegar no colo, os netos amados, mas os carrego no coração, por onde vou. Estou na Colônia das Violetas, onde faço de minhas pequenas atividades, o investimento máximo que consigo fazer para que estejam sempre bem. A Izaldir vai bem. Sempre vou  fazer uma visita a ela. Sou grata por tudo a todos vocês que sempre se lembram de mim ".

   Que Deus  lhe abençoe, tia Jocely. Receba meu abraço de muitas saudades, mas também carregadinho de muito obrigada, por todo bem que a senhora me proporcionou e a todos seus sobrinhos.  Deus abençoe a toda sua família terrena.


Um comentário:

  1. Nossa Vania,bateu uma grande saudade e belas lembranças da nossa infância,e principalmente da minha querida madrinha Jocely...Tempos bons,que não voltam mais...

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