QUERIDA VOVÓ CELINA... SAUDADES QUE SÓ AUMENTAM

Celina Alves Parreira... minha querida vovó Celina.
Hoje faz quinze anos que ela fez a grande viagem, deixando na família terrena, um grande vazio, o vazio da saudade.
 Seu esposo, Joaquim Martins Pereira, meu querido avô Joaquim, já havia ido na sua frente.
 Tiveram nove filhos, sendo cinco mulheres e quatro homens, e todos dois partiram para o mundo espiritual sem nunca chorarem a morte de um filho. Choraram por um neto e um bisneto.
 A casa de meus avós, na Fazenda Medéia, Município de Ituiutaba, MG, era o paraíso dos netos.
 Em todas férias escolares, reuníamos todos, na Fazenda. E tudo era festa. Brincadeiras que não se acabavam. Sempre uma nova invenção. Andar à cavalo,brincar no riacho, andar de canoa no Rio da Prata, levar comida para os que trabalhavam na roça de arroz e de milho, no trator com o tio Araimitan, andar na carroceria do caminhão Tarará ou no carrinho fabricado pelo meu avô e que era puxado por cabras. Brincar de bola, voley, queimada, futebol. Fazer circo, sujando os lençóis que a vó Celina lavava, sem reclamar. Dançar ao som da sanfona e do violão, nas noites de luar, em arrasta pé familiar. Levantar de madrugada, para beber leite no curral, sentados na cerca e observando a tiração de leite. O dia de marcar o gado, era uma euforia geral da criançada, que assistia o laçar da rês na força do vaqueiro, treinado para o procedimento em ação. Brincávamos de casinha, no paiol. Fazíamos comidinha em fogões improvisados. Tudo era possível, e nada era impedido pelos queridos avós, que se desdobravam para ver os netos felizes.
 Depois, eles se mudaram para Quirinópolis, onde sua casa continuou de portas abertas para todos nós. Os netos cresceram,cada um já seguindo caminhos diferenciados, os encontros continuaram embora já espaçados.
 A família sempre unida, arrumava qualquer motivo para se reunir.
 Minha avó, já de idade, adoeceu. Por várias vezes esteve mal e se recuperou.
 Assim sendo, fomos passar o aniversário de dois anos de minha neta Mariana, no dia quatorze de julho de dois mil e um, em Quirinópolis, junto com a vó Celina.
  Ela estava muito fraquinha, mas numa fase melhor. Quando chegamos, ela ficou muito feliz. Agradeceu porque fomos. E me perguntou se eu sabia cantar a música " Segura na Mão de Deus " ?
 Eu disse que sim. E perguntei se ela queria que eu cantasse para ela. Ela me disse que ainda não.
Foi feito um bolo, e à tarde cantamos  Parabéns para a Mariana. Ela participou da reunião, sentada na sua cadeira e logo após a festinha improvisada, ela pediu para deitá-la. Quando entrei no quarto para vê-la, ela me disse: - Agora pode cantar.
  Eu comecei a cantar Segura na Mão de Deus, no que fui acompanhada pela Beth ( que era esposa de José Wilson, meu primo ), e que cantava muito bem. Á medida em que cantávamos a vovó Celina, foi se despedindo da vida... serenamente... em paz. Romperam-se os elos com o corpo físico e ela partiu para o mundo espiritual.
 Deixava a família terrena sob os cuidados de Nossa Senhora Aparecida, de quem sempre foi fervorosa devota.
 Nos primeiros tempos, foi difícil acreditar que ela já não estava mais entre nós.

Hoje, Mariana faz dezessete anos. Ao dar-lhe os Parabéns, peço a Deus que lhe dê saúde, felicidade e muitas coisas boas, neste novo ano, de estudos e expectativas com relação ao ENEM. Que ela continue sendo sempre, esta pessoa especial que ela é  e que esteja sempre de bem com a vida.

 Para minha querida avó Celina, as melhores vibrações de amor e paz, pedindo a Deus que onde a senhora esteja, esteja bem e muito feliz. Beijos no seu coração espiritual. A família toda lhe ama muito. Saudades cada vez aumentam mais.