sexta-feira, 8 de julho de 2016

REGINA IMACULADA DA CONCEIÇÃO

     Regina, por onde anda você?
     Hoje, faz seis anos que você se foi.
     Num quarto do Hospital Municipal Saulo Gomes, você se despedia da vida física, enquanto em outro quarto ao lado, nascia uma criança - Jeice Mara. Foi um momento significativo. Nunca me esqueço. um último suspiro ao lado de um primeiro respirar.  Um choro de tristeza ao lado de um choro de alegria. Alguém que vai embora, alguém que acaba de chegar.
     Tenho certeza, Regina, que se você pudesse ter presenciado esta cena, você teria se emocionado também. Eu sei o quanto você admirava e respeitava as coisas simples e significativas no seu acontecer. Mas, naquele momento, você fazia parte daquela cena, e deve ter se emocionado de alguma forma. Talvez isto tenha amenizado em você, a vontade que você sentia de desencarnar na sua casa, na sua cama, e que infelizmente não pudemos lhe atender, para que não lhe faltasse nenhum recurso médico possível.
     Regina, era uma pessoa cativante. Cativava a todos com o seu jeito de ser. Sempre alegre, de bem com a vida. Pronta para servir e ajudar a todos. Sua casa era de portas abertas para receber a todos que buscavam seu apoio fraterno e amigo, além de familiar.
     Amava Palmelo e o Centro Espírita Luz da Verdade.
     Governadores de Goiás, que visitaram Palmelo, atendendo alguma programação política, receberam de suas mãos, flores colhidas na hora, que na singeleza de seu gesto, ganhava coloridos de emoção. Ela fazia isto, com tanto amor, que era como se Palmelo agradecesse tão distinta visita. Ela tinha um profundo respeito pelos líderes de qualquer segmento.
      Dificilmente faltava a uma reunião no Centro, fosse das reuniões públicas, do RX onde sempre ajudava encaminhar as pessoas recém-chegadas, da Psicografia e das demais atividades promovidas pelo Centro Espírita.
      Nas reuniões da Psicografia, ela levava um vasinho, improvisado com uma garrafinha de Danone,com flores, para enfeitar a mesa. Oferecia a Joaninha Darque e depois a Natanael. Quando Joaninha Darque se desligou do trabalho mediúnico, ela ficou indecisa se deveria continuar levando flores para Natanael. Quando Natanael lhe pediu que continuasse fazendo o que ela sempre fez, ela ficou tão feliz que chegou a chorar, contando a todos que Natanael também gostava das flores que ela levava.
      Ah! Regina, quanta coisa, aprendi com você !  Sua lealdade sincera, seu amor pelas pessoas, pelos animais, pelas plantas, a sua forma de compreender as coisas, a sua dedicação que mesmo não tendo filhos, lhe fez mãe de tantos filhos que se apoiaram em você.  Foi minha companhia em muitas palestras que fiz fora de Palmelo, sem causar nenhum problema e até calando o seu cansaço para não me dar preocupação.
     Teria muito mais a falar sobre você. Só coisas boas, com certeza.
      Cumprido o seu tempo aqui na terra, chegou a sua hora de partir, não sem antes enterrar primeiro o seu irmão-filho, Antônio Vaz. Momento em que ela ficou sem chão. E só prosseguiu, porque foi motivada pela própria fé e compreensão espiritual.

      Ao completar seis anos de seu desencarne, lhe ofereço uma prece em nome da amizade e consideração que tenho para com você.
      E não lhe sinto a presença espiritual.
              Por onde anda você?
      Recebo um vazio como resposta.
              Que caminho você está trilhando?
      Terá voltado, ao mundo terreno?
      Terá assumido novas funções?
              Onde quer que você esteja, peço a Deus que você esteja bem consigo mesma. Que esteja fazendo a felicidade de alguém. E que esteja feliz por estar proporcionando felicidade.
      Você merece tudo de bom, e muito mais que eu , Deus sabe disso.
       Que ELE lhe conduza sempre.
      Espero encontrá-la em algum momento... Siga em paz.
     
   

Um comentário:

  1. Dona Vânia, a senhora tem o dom de emocionar a todos com suas palavras. Eu, que sou como uma pedra, nem me lembro quando chorei pela última vez, sempre sou tocado pela forma com que a senhora expõe as coisas e, confesso, que sinto uma vontade enorme de chorar quando te ouço ou leia seus textos...
    Como é bom poder continuar te acompanhando, mesmo que por aqui.
    Abraço! Muita paz!

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