terça-feira, 19 de julho de 2016

ALUÍSIO AÉSSIO GOMIDE

      Hoje faz trinta e um anos de seu desencarne.
      Aluísio era um dos dez filhos de Jerônymo Cândido Gomide e Francisca Borges Gomide, Dona Chiquinha.
      Casado com Enatalina Borges, conhecida como dona Tuta, constituiram família e viveram em função dela.
       Quando cheguei em Palmelo para morar,eles também moravam na cidade.
       Aluísio já havia sido prefeito do Município de Palmelo, e gostava muito de política.
       Dos filhos, apenas Abigail, Carlinhos e Paulinho estavam com eles. Os outros filhos, ou moravam fora ou ficavam entre Palmelo e Goiânia,trabalhando.
       Após a morte de dona Chiquinha,  Aluísio e família, foram morar na casa de senhor Jerônymo, para cuidar dele e lhe fazer companhia.
       Aluísio era uma pessoa muito alegre, gostava de festas, de dançar e também de ajudar a quem precisasse. Por um tempo, ele foi diretor do Sanatório Eurípedes Barsanulfo. Neste período, nós os professores e funcionários do Colégio Estadual Eurípedes Barsanulfo, éramos convocados, uma vez por semana, para nos reunirmos na sua casa e fazer Rosca e Biscoito, para os internos do Sanatório.
      Eram reuniões agradáveis e na companhia de dona Tuta, o serviço aparecia, e no final do dia, as latas estavam abastecidas de quitandas, e nós voltávamos para casa contentes pela colaboração prestada e compartilhada. Boas lembranças!!
      Aluísio, como bom político, era também um líder, e como líder muitas vezes agia pela força da liderança, o que as vezes causava alguns desentendimentos. Entre ele e o Damo aconteciam alguns atritos, nos quais o senhor Jerônymo intervia, tentando amenizar. E o tempo sanava  tudo.
      Um dia, antes de seu desencarne, passei a tarde com ele e a família, no quarto do Hospital Santa Inês, em Pires do Rio, GO. Abigail e eu éramos amigas, trabalhávamos juntas no Colégio, e me pediu que ficasse com ela Ela estava muito abatida. Ele num semi- coma, parecia aguardar o momento de partir. Me coloquei por detrás da cabeceira da cama e passei a mão nos seus cabelos. Ele pareceu acalmar-se. Num determinado momento, ele abriu os olhos, olhou para cima, como se tentasse ver quem lhe passava a mão nos cabelos, sorriu, fechou os olhos e permaneceu calmo. Fiquei mais um pouco, e depois fui embora. Ele desencarnou horas depois.
      O tempo passou. Em janeiro de dois mil e quatro, Sandra, minha filha estava sonhando muito com o senhor Aluísio. Pedimos uma notícia espiritual dele. Joaninha Darque, disse que ele estava em vias de reencarne.  Em fevereiro Sandra confirmou sua terceira gravidez, com dois meses de gestação.
      Em setembro, nasceu Luís Gustavo Arantes Damo Gomide, meu quinto neto.
      Nunca vi, tanta reminiscência reencarnatória.
      Sem querer afirmar nada, tenho apenas observado, ao longo destes quase doze anos, o arquivo de sua memória, que na simplicidade do continuar, ora mistura Aluísio com Luís Gustavo de forma tão natural.
      Assim que aprendeu a falar, ele já se rebelava contra algumas coisas, dizendo:
     " - Lembra quando eu era grande e velho " ? Se ia sair de carro e o colocávamos na cadeirinha , ele chorava e ficava nervoso, porque queria ir no banco da frente. Explicado a ele, que criança vai na cadeirinha atrás, ele retrucava: " - eu não sou criança. Lembra quando eu era grande e velho? eu ia na frente ".
      Um dia, eu disse a ele, que não me lembrava de quando ele era grande e velho. Ele chorou de soluçar, me dizendo: " - você se lembra sim. Você me conheceu. Me disse para não ter medo. Disse que eu ia voltar e eu voltei. E você diz que não se lembra? E ficou sentido comigo, algumas horas.
       Nunca mais, eu disse a ele que não me lembrava.
     
    Sandra, eu e Luís Gustavo tínhamos ido a um enterro, no cemitério de Palmelo, e lá chegando, ele saiu andando , olhando tudo a sua volta. De repente, ele veio correndo ao nosso encontro, chamando para acompanhá-lo. Levou-nos até o túmulo do Aluísio, onde há uma foto.  Aflito, na sua ansiedade, ele subiu no degrauzinho que havia, apontou o dedinho na foto, olhou para nós e disse:  " - Olha eu  quando era grande e velho. Eu tinha até bigode. Agora eu nasci de novo e sou Luís Gustavo. Você se lembra vovó "?  Ficamos sem palavras;
     A partir daí todo Finados ele mesmo faz questão de levar uma flor, para colocar no túmulo, fica feliz quando vê que outras pessoas colocaram flores também, mas sempre abre um porém, para dizer que o túmulo dele devia ter muito mais flores, porque afinal de contas foi ele que fez o Cemitério e as pessoas não têm consideração.
    Quando Aluísio foi Prefeito de Palmelo, ele é que fez o muro em volta do Cemitério.
   
    Muitas outras situações aconteceram e acontecem ainda. Acontece que ele está crescendo e muita coisa ele agora fica com vergonha, ou com medo de expor, porque as pessoas podem pensar mal sobre ele.
    Os conflitos, no entanto, existem e quando lhe pesam por demais, ele pede socorro, mais a mim, do que a sua mãe. Esses dias,ele me disse: " - Vó, será que um dia esse medo que eu sinto vai acabar "?
    Eu lhe perguntei: " - Medo, de quê "? Ele disse: " Medo de ter medo, medo de me separar de vocês"

    Nesta data, peço a Deus que cubra de bênçãos de conforto e paz ao senhor Aluísio , onde ele estiver, e a toda sua família encarnada e desencarnada.

Um comentário:

  1. Prezada dona Vânia. Primeiramente, gostaria de cumprimentá-la pelo belo trabalho que realiza em Palmelo-GO, com tanta dedicação e amor. Parabéns! Em abril/2015, enviei uma carta à senhora, informando as datas de desencarne da minha mãe e da minha avó. Há cerca de 1 mês, recebi uma correspondência com seus dados no remetente (o envelope que havia encaminhado junto com a minha carta, em 2015), porém, em seu interior, constava a mesma carta que eu enviei há um ano, junto a 3 pequenos panfletos de orações. O momento anterior à abertura do envelope foi de grande emoção. rs Gostaria de saber se há algum significado, se não devo ter esperanças de receber qualquer mensagem, se devo enviar outra carta. Enfim, agradeceria muito se recebesse uma resposta de esclarecimento. Obrigada! E fique com Deus!

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