sexta-feira, 18 de março de 2016

Damo e suas construções em Palmelo

  O Damo sempre gostou de construções. Onde houvesse uma obra sendo edificada, ele sempre estava por lá.. Em Palmelo, ele construiu várias obras. Quando foi Presidente do Lar Espírita Hilda Vilela, praticamente construiu o prédio da instituição promovendo uma grande reforma no prédio anterior. Tudo através de campanhas que ele fazia, principalmente em Brasília e com os seus amigos de todos os lugares do Brasil. Ao entregar a Presidência do Lar com as novas instalações, criou um novo projeto: construir uma Maternidade em Palmelo. Naquela época não havia nenhuma assistência a gestante e na hora de dar a luz era chamada a parteira. Muitas casas não tinham condições, até pelo tamanho da casa, de atender as necessidades daquele momento com os devidos critérios. Então o Damo resolveu construir a Maternidade para que, em vez da parteira ir a casa da parturiente, a parturiente ia para a Maternidade e lá com todos os recursos possíveis a parteira faria o parto. Projeto idealizado e logo começado. De frente a nossa residência na Rua Hilda Vilela havia uma senhora chamada Augustinha, viúva e com vários filhos pequenos,  morava numa casa pequena e  precisando com urgência de reforma. O Damo arrumou uma casa maior, melhor, e comprou com recursos de campanha, e transferiu a dona Augustinha com os filhos para esta casa com escritura e tudo certo. E a velha casa foi demolida e ali iniciada a obra para o recém nascido. Ao ser concluída, a Maternidade recebeu o nome de Esperança. Foi inaugurada em 1.975. Grande parte da construção foi feita por mutirões organizados por Saulo Gomes que trazia as pessoas de Goiânia, em um ônibus, para trabalharem o dia todo. Toda alimentação deste mutirão era feita na nossa casa. E desta forma a obra surgiu trazendo uma nova possibilidade de atendimento em Palmelo. Nesta Maternidade nasceram 82 crianças. Tinha o apoio de Inorfa Rodovalho de Oliveira, Hilda de Menezes e Maria Parreira Arantes, que atendiam as parturientes desde a chegada a Maternidade até o momento em que elas saiam. Nos serviços gerais contou com o apoio de Anália, Euripa Borges e Andréia (Ni). Como médico sempre que preciso fosse era chamado o Dr. João Rincon - Dr. Bibi de Pires do Rio. Não houve na Maternidade nenhum óbito. Esta obra, acredito ter sido o maior legado que o Damo deixou em Palmelo. Porque? Quando foi aberto o Posto de Saúde em Palmelo e começaram aqui a chegar os médicos já houve um empecilho para que as parteiras continuassem atendendo na Maternidade. Para evitar problema maior, a Maternidade foi fechada. Anos mais tarde quando o Dr. Ricardo César Gomes foi Prefeito de Palmelo, uma de suas metas era construir um hospital. O Damo procurou por ele. Entraram em um acordo e o prédio da Maternidade foi repassado para a Prefeitura, que em contra partida ajudou na obra do Santório novo, no qual o Damo já estava em função. E deste acordo surgiu o Hospital Municipal Saulo Gomes que até hoje serve a comunidade de Palmelo, aliviando dores e salvando vidas. Outra obra construída pelo Damo foi a Escola Joaninha Darque, ao lado da Maternidade, onde hoje é a garagem do Hospital. Esta primeira escola chegou a ter 80 alunos irmãos, que iam ali para tomar um lanche, ouvir uma história, por ser irmãos de alunos da escola convencional e que não tinham ainda idade para estudar. Todos os trabalhadores da Escola Joaninha Darque foram voluntários, e o lanche servido era oferecido pela merenda escolar, na qual eu trabalhava como coordenadora do Programa. Após um tempo de funcionamento o Programa foi cortado pelo Governo Federal, as crianças puderam ir pra escola com a idade inferior a 6 anos e a escola foi assumida pela Prefeitura Municipal, no mandato de Divane Damásio da Silva, tomando agora o aspecto de Pré escola, ou escola infantil. Funciona até hoje na comunidade de Palmelo. E finalizando as obras edificadas pelo Damo, o Sanatório ocupou a sua participação transformando o velho em novo e sendo a obra que o Damo mais se empenhou até pela sua extensão como exigências. O Sanatório novo foi edificado com todos os requisitos necessários, de acordo com o Ministério da Saúde para atender o doente mental, e Palmelo viu surgir de uma obra antiga e danificada uma obra de grande expressão que segundo os seus projetistas haveria de servir de modelo para todo o Brasil. Realmente o trabalho realizado por esta obra tem chamado a atenção para o atendimento digno ao deficiente mental, oferecendo o Caps e a Residência Terapêutica além do atendimento ambulatorial e oficinas de terapia. O Damo tinha muita facilidade em pedir, principalmente em favor de uma causa. E sempre foi muito bem sucedido nas suas campanhas, favorecendo com elas as pessoas que necessitavam do atendimento e da atenção que ali lhe seria dado. Obrigado Damo por este trabalho que você deixou em Palmelo.

Um comentário:

  1. Uma história que nos serve de exemplo altamente edificante, pois mostra que quando se quer, tudo se consegue. Estamos sempre cheios de intenções, mas raríssimas vezes, transformamos estas em ações, e intenções apenas, não nos levam a lugar nenhum. Numa cidade pequena e pobre como Palmelo, ele soube transformar suas intenções em planos de ação, e com a solidariedade de muitos construiu tudo isso. Querer é poder, com a graça de Deus. Alexandre Damo

    ResponderExcluir