sábado, 19 de março de 2016

Damo e sua vida profissional em Palmelo

               Apesar de dedicar grande parte do seu tempo a mediunidade socorrendo pessoas necessitadas, o Damo sempre trabalhou pelo seu ganha pão. Quando chegou em Palmelo e foi inaugurado o Ginásio Eurípedes Barsanulfo, o Damo foi convidado a lecionar História e Geografia. E lecionou por vários anos, apesar de não ter nenhuma documentação que lhe autorizasse a ser professor. Mas como não tinha outro com os devidos requisitos ele pode exercer a função. Nesta época os professores trabalhavam mais como voluntários do que como profissionais. Assim sendo o Damo lecionava sem ter um salário determinado. Assim como ele todos os outros professores. Quando o senhor Jeronymo conseguia uma verba vinda de um deputado ou de um senador, esta verba era dividida entre todos os funcionários do Ginásio. Isto normalmente ocorria uma vez por ano. Como a vida em Palmelo era muito simples e todos se ajudavam o período em que não se recebia este salário-verba, era superado com a ajuda da comunidade. O Damo foi um bom professor. Tinha uma memória fotográfica. Suas aulas de Geografia eram ricas de detalhes que ele além de conhecer na vivência, nas viagens feitas o seu conhecimento geográfico era fantástico. Os alunos que estudaram com ele nunca esqueceram as suas aulas. No dia de prova os alunos levavam balinhas, de doce para no decorrer da prova ir oferecendo ao Damo em troca de respostas. Ele não se negava. Aceitava a bala e dava a resposta. Isto, porém não impediu os alunos de aprenderem o que ele ensinava. Com o passar dos anos a falta de documentação já foi criando embaraço para que o Damo continuasse lecionando e ele teve que deixar o Ginásio com grande pesar tanto para ele quanto para os alunos. No seu lugar eu assumi a matéria Geografia na qual lecionei até me aposentar. Com a sua saída do Ginásio o prefeito Antônio de Pádua Gomide, Toninho, convidou o Damo para trabalhar na prefeitura como fiscal municipal. Na época era comum em Palmelo a criação de animais como porcos e galinhas em cada quintal. A ordem expressa pela prefeitura era de retirar principalmente os porcos da parte urbana levando-os para a zona rural. Foi um rebuliço. O Damo enfrentou muitas situações difíceis, mas conseguiu cumprir o que lhe era exigido e tudo ficou bem. O Damo foi fiscal da prefeitura até se aposentar quando fez 80 anos de idade. Outra coisa que o Damo gostava muito de fazer era plantar. Mexer com a terra. Sabia como cultivar uma videira e sempre era convidado para podar os pés de uva que alguém cultivava em sua casa. Quando o Damo podava, as pessoas ficavam indignadas achando que ele havia matado a parreira (pé de uva), meses depois as pessoas vinham agradecer pela grande quantidade de uva colhida.

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