quinta-feira, 2 de junho de 2016

BORTOLO DAMO - SETE ANOS DE SAUDADES

     Ele se foi no dia dois de junho de dois mil e nove... há sete anos.
     Deixou um grande vazio.   O vazio da sua ausência...  O vazio da sua mediunidade...
     Por outro lado a certeza, do dever cumprido, o tempo vencido e a hora certa de partir.
     Seu coração bateu forte até o fim. E se pudesse teria ficado um pouco mais.
     Só gostava de falar da vida.  Gostava dos espíritos porque são vivos.
     Nunca gostou de falar de morte. o assunto sobre morte lhe incomodava.
     Bortolo Damo veio da Itália para o Brasil, em hum mil, novecentos e quarenta e nove, com vinte e três anos de idade. Nasceu em Vila Nova de Motta de Livenza, Estado de Treviso. Chegou no Brasil, em Santos, no dia primeiro de novembro de hum mil, novecentos e quarenta e nove.  Morou em São Paulo, com um tio por sete anos. Depois andou por Minas Gerais dois anos, até que em doze de outubro de hum mil, novecentos e cinquenta e oito chegou em Palmelo, para nunca mais sair. Se naturalizou brasileiro em hum mil, novecentos e setenta e quatro, quando já casado com Vânia Arantes Damo e tinham dois filhos. A terceira filha chegou depois, em hum mil, novecentos e noventa Desencarnou com oitenta e três anos.
    Dedicou cinquenta anos de sua vida a Palmelo e deixou um grande legado de trabalho e dedicação à mediunidade com Jesus, auxiliando muitas pessoas enfermas.
   Era autêntico no seu jeito de ser.No que ele tinha certeza, ninguém o conseguia demover. E no que não acreditava, não dava crédito.
   Após o seu desencarne, e o tempo natural de adaptação, o que mais lhe amargurava era o fato de não ter encontrado com sua mãe.
   Em fevereiro de dois mil e doze lhe foi feita uma proposta de encontrá-la. Mas ele deveria voltar à Itália. Como foi lá que ele a deixou, somente lá ele poderia reencontrá-la. De início relutou com todas as suas forças. Se entristeceu. Não queria voltar à Europa. Tinha medo Muitos traumas causados pela Segunda Grande Guerra. Foi preciso de um tempo, do apoio dos amigos espirituais e da família terrena também. Convencido de que seria o melhor, desde que acompanhado por dona Chiquinha, a quem em Palmelo, ele elegeu como sua segunda mãe, quando aqui chegou, resolveu voltar a Itália. E no dia vinte e cinco de abril de dois mil e doze, conforme relato de seu amigo Sebastião Zorzetti, uma comitiva espiritual saía da Colônia Nova Esperança com destino a Colônia da Compostela, na Península Ibérica, após cinco dias de viagem, num transatlântico. Pelo seu pouco tempo de desencarne, ele não conseguia ir levitando, Há um Oceano para atravessar. E com certeza não foi uma viagem fácil para quem pensava estar integrado para sempre no psiquismo do Brasil. Voltar a um cenário de dor e saudades amargas, para abraçar quem chorou desde a sua partida.
    No dia trinta de abril de dois mil e doze, às quatro horas e vinte minutos, acordei com uma voz a me dizer; - "  O Damo acaba de chegar na Europa. Ele é só emoção " .
    Chorei, sentindo o vazio de uma separação, após uma convivência de quarenta e dois anos, sendo trinta e nove anos no cenário terreno e três anos com sua presença espiritual.
    Ao mesmo tempo compreendendo a sabedoria da vida, sob o comando de Deus, porque tudo, tudo, apenas continua, agradeço a Deus por tudo que  ELE permite acontecer neste continuar.
     E o Damo continua por lá ... reencarnado... para um novo tempo.
     O importante não é o que eu sei, mas que me conforta... O importante é o que Deus faz em favor da nossa felicidade sempre.
      Onde e como você estiver Damo... esteja de bem consigo mesmo. Esteja em Paz.
                      Saudades sempre.

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