sábado, 28 de maio de 2016

NASCEU UM PALMELINO...

     Havia um ano e nove meses que não nascia ninguém no Município de Palmelo.
     Embora haja muitas gestantes  em Palmelo, e a obra do berço Criança Feliz entregue uma média de dez enxovais para recem nascidos todo mês,nenhuma delas dão a luz  nesta cidade.
     Vão para as cidades vizinhas.
     E isso causa tristeza, porque Palmelo até um tempo atrás acolhia quase todos os seus recem nascidos, dando-lhes o Município como naturalidade.
     Antigamente, as gestantes eram atendidas no momento do parto, por parteiras que iam até suas casas. E muita criança nasceu por este processo.
     Depois, por iniciativa de Bortolo Damo, foi construída a Maternidade Esperança, onde a gestante era levada para ser atendida por parteiras. E nasceram mais de oitenta crianças, neste novo método.
     Na década de noventa, a Maternidade foi transformada no Hospital Municipal  Saulo Gomes, e os recem nascidos continuaram chegando com a assistência médica, realizando também cesarianas.
     Tudo caminhava bem até o dia em que uma fiscalização no Hospital interditou o Centro Cirúrgico, por falta de um Fibrilador. A partir daí, muita coisa que era resolvida neste Hospital de Palmelo, deixou de ser feita, inclusive os partos, que são encaminhados às cidades mais próximas.
    E no Município de Palmelo, não nascia mais ninguém.
    E o Município onde não há nascimentos, passa a ser terra de todos e ao mesmo tempo terra de ninguém. A origem do nascimento é que faz raiz. Ninguém esquece o lugar onde nasceu e sempre que houve falar da cidade, repete dizendo: - eu nasci lá. A cultura de um povo se prende ao local de nascimento, seja no País, no Estado ou no Município.
    No dia oito de maio de dois mil e dezesseis, às dezenove horas, uma gestante veio ao Hospital pegar um encaminhamento para ir para Goiânia, dar a luz ao seu filho. Não teve tempo de seguir em frente, e coube ao Dr. Pedro Uriel Gonçalves Lima, fazer o seu parto neste mesmo Hospital.
    E nasceu João Miguel.
    Foi uma alegria geral. Ainda mais que era o Dia das Mães.  Um presente para Palmelo.
    Fiquei emocionada. Não cabia em mim de contentamento. Finalmente, após um período de silêncio, nascia um palmelino.
    Como eu já disse, tudo que se refere a Palmelo, tem um grande significado para mim. Em se tratando do Hospital, então nem se fala, porque participei da construção do prédio, da sua história desde o início de suas atividades ainda como Maternidade, e venho colecionando as vidas que são salvas, num primeiro socorro realizado no seu atendimento.
    Mais uma vez agradeço a Deus, por este momento feliz.
    Espero que outros recem nascidos possam chegar sem que tenha que esperar muito tempo.
    Como seria bom para todos, se os direitos já conquistados pudessem estar em ação constante, beneficiando a quem necessitasse.
    Que não faltasse Fibrilador em lugar nenhum, até mesmo onde eles não façam tanta falta.
     Que toda sala de parto estivesse pronta para receber uma parturiente com o filho que ela traz ao mundo. E todos ficassem feliz por isso.
     Que Deus lhe abençoe João Miguel, juntamente com seus pais e sua família.
     Palmelo se alegra por tê-lo recebido como um filho bem vindo, e há muito esperado.

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