terça-feira, 5 de abril de 2016

DIONÍSIO LOPES DA SILVA, UM AMIGO ESPECIAL.

      Moro em Palmelo, desde 1.970.
      Desde então. conheço os moradores desta cidade e me dou bem com todos eles .
      Em 1.983, integrando a Caravana Jesus Gonçalves, fui em excursão até São Paulo, saindo de Anápolis, em visita a três leprosários: Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes; Padre Bento, em Guarulhos e outro em Pirapitingui.
      Desde criança, sempre me compadeci de pessoas portadoras de hanseníase.
      Não sei se por causa da doença , da discriminação ou mesmo pelo abandono que elas mesmas se impõe, sinto por elas muita compaixão.
       Sempre fui fã de Antônio Francisco Lisboa - O Aleijadinho - e tudo que se refere a ele , na sua obra, me chama a atenção.
        Em Palmelo, nunca havia feito nenhum contato com hansenianos.
        Ao tomar conhecimento desta Caravana me interessei em fazer parte dela. Tudo acertado, saimos de Anápolis, no dia 30-03-83.
         Juntamente estava o médium Ariston Santana Teles, de Brasília, o que foi para todos os caravaneiros, motivo de grande satisfação.
         Chegando em São Paulo, fizemos as visitas iniciais e quando estávamos em Pirapitingui, tive uma manifestação mediúnica que me tocou profundamente. Foi como tomar conhecimento de um compromisso aguardado. E uma voz me falou, na alma:
         - Vânia, Vânia, por que vir tão longe ?  ... se em Palmelo tem um hanseniano a quem você nunca visitou ?
         Não sei se ouvi esta voz dentro de mim, não sei se tive uma visão interior, Não era nada que viesse de fora. Era algo que gritava em mim.
         Ainda ficamos mais dois dias nesta excursão. A minha vontade era voltar para casa, o mais rápido possível.Eu precisava visitar Dionísio Lopes da Silva, um hanseniano de Palmelo.
          Finalmente retornamos. A viagem foi ótima. Muito aprendizado, muita confraternização, lembranças para nunca serem esquecidas. Chegar em Palmelo, para mim foi tudo de bom.
          No dia seguinte, fui a casa de Dionísio. Ele estava no seu quarto escuro, de onde não saía.
          Já idoso, as pernas paralizadas, já não lhe permitiam andar, enfrentava a hanseníase.
          Fiquei emocionada com o que vi., ou melhor com o que consegui ver. Janelas fechadas, porta semi-aberta. Alguém escondido ali. Anunciada minha visita, não quis me receber. Cheguei próxima a porta e desejei a ele uma boa tarde, disse o meu nome e anunciei que voltaria e queria vê-lo. Ele não disse nada. Voltei para casa muito triste. Mas, não desisti, Dois dias depois voltei a sua casa. Encontrei  a mesma situação. Repeti a mesma coisa. uma surpresa porém: ele respondeu ao meu cumprimento. Na terceira visita, da porta eu li uma página de O  Evangelho segundo o Espiritismo. Ao terminar a leitura, ele agradeceu. Rindo e chorando de alegria, prometi que voltaria para ler mais.
         Na quarta visita, encontrei a porta aberta por inteiro. e pude entrar, me aproximando dele.
         Daí para frente, só foi melhorando. Abriram-se as janelas do seu quarto e da sua alma.
         Ele aceitou o tratamento. Toda quinta-feira eu ía visitá-lo. E ele já ficava esperando por mim. Lia o Evangelho, ele explicava o que entendia da leitura. Eu me encantava com o conhecimento que ele tinha da Doutrina Espírita e da forma simples com a qual falava destes conhecimentos. Em seguida. fazíamos uma prece e ele dizia um versinho, agradecendo a minha visita. Um dia, comecei a anotar estes versinhos.  E daí vai sugir um novo capítulo....



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