sexta-feira, 8 de abril de 2016

3 continuação de, DIONÍSIO LOPES DA SILVA, UM AMIGO ESPECIAL.

     Eu sempre quis adotar uma criança. Mesmo antes de me casar e ter filhos, eu já alimentava este sonho. Depois de casada e já com os dois filhos, tentei algumas adoções, que não deram certo. As mães se arrependeram e voltaram para buscar as filhas. Após um ano e três meses que eu estava na direção do Sanatório,recebi um pedido do então tesoureiro da Casa, Celso Teodoro de Rezende, para internar Aparecida Leopoldina da Silva. Como ele mora de frente com a Praça Central da cidade, viu que esta jovem estava dormindo no banco da Praça e que parecia estar muito doente. Queria interná-la para que ela fizesse um tratamento. Aparecida,tinha problemas mentais e sempre contou com o apoio de sua mãe. Mas, sua mãe desencarnou. E ela, que não obedecia ninguém, passou a viver praticamente na rua. Por este motivo, foi levada para o Sanatório em abril de 1.990. Nos exames que foram feitos, constatou-se que ela estava grávida. Devido ao grau de doença, o médico alertou no sentido de que a gravidez seria de risco, tanto para a mãe, como para a criança, que poderia nascer cega e com problemas cardíacos.Faríamos tudo que fosse possível, para salvar as duas, o que graças a Deus aconteceu.
      Visitando o senhor Dionísio, contei a ele, este fato e pedí que intersedesse pedindo a Deus por elas. Ele me disse que estaria pedindo por elas, nas suas preces. E antes que eu saísse,ele ainda me disse, agora chorando:dona  Vânia,esta criança vai ser sua. Eu já estou perto de partir.Não estarei aqui para o Natal. Gostaria muito, que esta criança ficasse no meu lugar, para receber da senhora tudo que a senhora tem feito por mim. Confia em Deus e aguarde  o tempo. Eu só vou esperar ela chegar.
      Chorei com o senhor Dionísio, naquele momento de revelação espiritual.
      Fui embora para casa, pensativa. Um misto de tristeza e alegria confundia o meu sentir.
      Dois dias depois, no Sanatório, fui falar com Aparecida e contar a ela da sua gravidez.
      Ela olhou para mim e disse: - Não é meu. É seu.
      Eu lhe respondi: É seu. Está na sua barriga. O nenem é seu.
      Ela me disse: - Enquanto estiver na minha barriga é meu. Quando nascer é seu. É mulher e vai chamar Aline.
       O tempo passava. A enfermidade da Aparecida regredia, a gravidez avançava.
       Alguns casais que souberam desta gravidez foram até o Sanatório querendo adotar a criança.
       Aparecida, ficava nervosa e dizia que o nenem dela não era de dar. Era da Vânia.
       Eu queria muito, já preparava o enxoval, enquanto cuidava da mãe.
       Mas, havia um porém: - O Damo não aceitava a idéia de ser pai de um recém nascido aos sessenta e quatro anos. E relutava. Eu tentava convencê-lo, e o senhor Dionísio rezando por nós.
       Em outubro, transferi a Aparecida para o Sanatório Espírita de Anápolis,para facilitar o momento do parto, que aconteceu na Maternidade Adalberto Silva. Aline nasceu de uma cesariana, no dia 20 de novembro de 1.990.  Acompanhei a Aparecida no pós parto, e dois dias depois ela voltou para o Sanatório de Anápolis, onde ficou até se recuperar da cirurgia - cesariana,e eu vim embora para Palmelo, trazendo comigo , um presente de Deus: Aline.
       Ao vê-la, o Damo se encheu de amores por ela. A família fez festa e os meus filhos, agora seus irmãos a receberam com todo carinho.Hoje, Aline tem 25 anos.
       Ao chegar de Anápolis, no dia 22 de novembro, já ao entardecer, soube que o senhor Dionísio havia passado mal e que havia sido levado para o Hospital em Pires do Rio.
       Queria ter ido vê-lo, naquela noite.
       Me aconselharam a ir no dia  seguinte.
       Na madrugada de 23 de novembro, o senhor Dionísio partiu.
       Não pude vê-lo, depois que Aline chegou.
       Como ele mesmo disse: - ela veio para ficar no seu lugar.
       E ele partiu em paz.
       Aline, nasceu perfeita. Não tem problema nos olhos e nem no coração.
      Aparecida,se curou.Viveu mais vinte anos e desencarnou tendo por causa a vesícula.
      Realizei meu sonho. Adotei uma criança, filha amada, filha do coração.
     Tudo deu certo, porque Alguém intersedeu por mim.
     E este alguém não era outro senão DIONÍSIO LOPES DA SILVA, UM AMIGO ESPECIAL.
     







3 comentários:

  1. Que emocionante! Eu não conhecia esta história.

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    1. Obrigada, Leonardo. Fico feliz em saber que você está acompanhando o blog e gostando das minhas histórias, que são para mim motivos de vida de aprendizado e de trabalho no bem. Que Deus te abençoe sempre.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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