Carlos A. Baccelli conta que, por vezes, o próprio Chico Xavier se admirava do fenômeno da multidão que, invariavelmente, o procurava em suas atividades mediúnicas, fosse em Pedro Leopoldo, fosse em Uberaba.
Às sextas-feiras e aos sábados, quando o Grupo da Prece regurgitava de gente, candidamente ele se virava para nós, como se pudéssemos explicar a causa de tanta procura, qual se ele nada tivesse a ver com tudo aquilo - recusava-se a crer que as pessoas ali estivessem motivadas pela sua bondade.
Um dia, alguém arriscou perguntar-lhe:
" - Chico, o que você mesmo tem a dizer, a respeito da multidão de todo fim de semana aqui "?...
Compenetrado, o médium respondeu:
" - Ah! é que o povo tem saudade de Jesus "!
Resposta profunda e sábia de quem, na própria humildade, sequer admitia que a sua presença pudesse polarizar atenções, como um dos mais lídimos representantes do Cristo sobre a face da Terra.
De fato, o povo com saudade de Jesus ia amenizá - la junto ao seu coração.
Neste conto de Baccelli, recordamos uma vez mais a simplicidade de Chico Xavier, " um homem chamado amor ", e reconhecemos a grandeza de quem se fez servidor da Causa Cristã.
Todos nós temos saudades de Jesus, o Amor Incondicional, que nos ama não pelo que temos, mas sim, pelo que somos.
O amor de Jesus por nós, se faz reconhecer, quando conseguindo silenciar o tumulto que vai no nosso mundo interior,Ele chega de mansinho e diz sem palavras: " - Estou aqui. Sempre ao seu lado . Vem comigo. Não tenha medo ".
É esta saudade que nos faz buscar as verdades espirituais. Por muito rica que se nos apresente, a vida material é muito pobre para atender a todas as nossas necessidades.
Hoje, o Brasil se despede de dezoito jovens, vítimas de mais uma tragédia acidental. São Paulo está de luto. Famílias choram a partida de seus entes queridos, que nem tiveram tempo de se despedir.
E a pergunta vem: " - Se haviam quarenta pessoas, envolvidas no mesmo acidente, por que dezoito foram vítimas fatais e as outras não "?
A resposta está na compreensão de que quando não é hora de partir para o mundo espiritual, nem acidente mata. Ainda há o que se fazer no cenário terreno. Os que partiram, é porque já cumpriram o seu projeto existencial , embora não soubessem ainda,e não podiam mais permanecer onde estavam.
Quem assina o passaporte do desencarne, é DEUS, o Senhor da Vida. E ELE não erra, não se engana, não vacila.Continua amparando, conduzindo e abençoando tanto os que vão, quanto os que ficam.Não por castigo, mas para atender a necessidade evolutiva de cada um. Caminhos que se separam, voltam a se reencontrar, como tantas vezes já aconteceu.
Peço a Deus, peço a Jesus, que através dos Mensageiros do Bem, conforte os corações de quem sofre com esta tragédia, na Rodovia de Bertioga. E que acolha os que se fizeram motivos de sofrimentos. Que eles tenham o tratamento espiritual de apoio e sustentação, em momento tão difícil. Que ao despertarem, eles sintam saudades de Jesus... e neste caminho de amor e compreensão possam construir novos caminhos de esperança, onde é sempre possível reencontros de alegria e paz.
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